Telegram na mira do TSE

O aplicativo de mensagens criptografadas não possui representação no Brasil e preocupa as autoridades, que já se preparam para combater campanhas de desinformação nas eleições do ano que vem.
As grandes plataformas globais, como o Twitter, Youtube e Whatsapp possuem boa interlocução com o TSE e - em maior ou menor grau - adotam medidas que visam limitar o alcance de campanhas coordenadas de desinformação, marcando o conteúdo, limitando sua distribuição ou monetização.
No YouTube, por exemplo, o TSE é uma das poucas instituições credenciadas como "Revisor Confiável", o que agiliza a remoção ou marcação de conteúdos apontados pelo tribunal.
Já os aplicativos de telemensagens, como o Whatsapp, têm na privacidade de seus usuários uma das premissas. Ainda assim, o Whatsapp adota medidas como proibir os disparos em massa, limitar a quantidade de arquivos compartilhados simultaneamente e marcar conteúdos que são compartilhados com muita frequência. Além disso, o limite de usuários por grupo é de pouco mais de 250 contas.
Já o Telegram permite a criação de grupos com até 200 mil usuários, e não possui políticas de moderação de conteúdo relacionadas ao combate à desinformação, seja eleitoral ou não.
Por isso, segundo a coordenadora do Programa de Enfrentamento à Desinformação do TSE, Aline Osório, o tribunal já solicitou apoio diplomático para conseguir acesso aos executivos da empresa. Atualmente a sede do Telegram fica em Dubai, e em janeiro de 2021 a plataforma anunciou ter atingido a marca de 500 milhões de usuários em todo mundo.
Fonte: Folha de S. Paulo