Em 2021, o número de domicílios com acesso à internet no Brasil chegou a 90%, o que representa 65,6 milhões de residências conectadas, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios. Ou seja, isso demonstra um cenário de alta conectividade e, por isso, as empresas precisam marcar presença em diferentes plataformas online.
Entretanto, precisamos questionar: será que todos os usuários conseguem acessar os seus conteúdos com a mesma facilidade e qualidade? Para responder a essas perguntas, precisamos pensar na acessibilidade digital.
De acordo com os dados divulgados pelo Ministério do Trabalho, o Brasil possui mais de 45 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência. Por outro lado, o levantamento realizado pela empresa inglesa Click-Away Pound mostrou que 69% dos entrevistados já abandonaram sites por falta de acessibilidade digital. Além disso, 86% informaram que, caso as lojas fossem mais acessíveis, eles gastariam mais.
Ao contrário do que muitos pensam, não são apenas os deficientes visuais que sofrem com o problema. Pessoas surdas, com deficiência física ou outros tipos de limitação também enfrentam dificuldades pela quase inexistente acessibilidade digital.
Neste artigo, vamos explicar o que é a acessibilidade digital, por que ela é tão importante, formas de investir em conteúdo inclusivo e quais são as pessoas que se beneficiam com os conteúdos acessíveis. Confira!
De acordo com o Movimento Web Para Todos (MWPT), rede que conecta organizações, profissionais de desenvolvimento e pessoas com deficiência com o objetivo de mobilizar a sociedade para a causa da acessibilidade digital, o termo pode ser definido como uma série de recursos que possibilita a navegação, compreensão e interação de qualquer pessoa na internet sem ajuda de ninguém, independentemente de suas dificuldades.
Portanto, a ideia por trás do conceito é garantir que todos os usuários tenham acesso às mesmas informações. No geral, as adversidades mais encontradas são:
O tema ganhou tanta importância que, em 2012, foi criado o
Dia Mundial da Conscientização sobre Acessibilidade, celebrado toda terceira quinta-feira do mês de maio. Mesmo assim, o desafio ainda é grande: segundo pesquisa feita pela W3C (World Wide Web Consortium),
apenas 2% dos sites brasileiros são acessíveis.
Como vimos, a acessibilidade digital vai muito além dos problemas enfrentados pelas pessoas com deficiências físicas, já que ela também engloba questões sociais, culturais e de conexão. Os sites atuais podem, por exemplo, oferecer acessibilidade visual, auditiva, mas com limites de carregamento de página e para dispositivos pequenos.
Pensando nisso, os recursos mínimos necessários para preencher os principais tipos de acessibilidade são:
Os cuidados citados acima permitem que a empresa adote diversos tipos de acessibilidade digital. Caso não tenha o orçamento necessário para este projeto, o ideal é
fazer um
estudo para identificar as principais pendências e dificuldades da audiência e, quando possível, investir em outras formas de acessibilidade.
Estereótipos e preconceitos são culturais e estão enraizados em nossa sociedade. A diversidade e a inclusão foram desvalorizadas por muito tempo nas empresas, por exemplo. E agora o cenário já apresenta mudanças gradativas.
Prova disso são os números divulgados pela Pesquisa Aberj: 63% das organizações (entre 124 empresas no Brasil) têm programa de diversidade e inclusão, sendo que 68% das empresas investem no tema para melhorar a sua reputação organizacional e 63% para contribuir com mudanças estruturais.
Quando a empresa leva conteúdos, produtos e serviços para todos, ela mostra um diferencial da maioria e se torna capaz de conquistar um grande público. Ou seja, investir em acessibilidade digital também é uma estratégia inteligente mercadologicamente falando, além de demonstrar responsabilidade social. Em um panorama tão competitivo do mercado, oferecer diferenciais é sempre importante.
Hoje, em nosso país, há mais de 60 milhões de pessoas com alguma limitação, que enfrentam dificuldades para acessar conteúdos na internet. Mas, como já falamos, não são apenas as pessoas com deficiência que são beneficiadas com a acessibilidade digital.
Idosos, analfabetos, analfabetos funcionais, pessoas acidentadas, usuários com tendinite, entre outros, também englobam o público que pode ser favorecido com os conteúdos acessíveis.
Agora que você já entendeu a importância da acessibilidade digital, chegou a hora de entender como podemos colocar o tema em prática para iniciar a produção de conteúdos inclusivos. Abaixo, acompanhe algumas soluções e técnicas.
Aqui estamos falando de soluções, serviços e recursos direcionados para pessoas com deficiência que permitem que esse público tenha independência e autonomia em suas atividades diárias.
Pessoas com deficiência visual, por exemplo, podem utilizar softwares que leem não apenas páginas de sites, mas tudo o que aparece na tela. Já os surdos contam com recursos em sites que interpretam os textos em Libras (Língua Brasileira de Sinais).
Entender como essas tecnologias funcionam permite que a sua empresa implemente as ferramentas adequadas e produza conteúdos assertivos para o bom funcionamento dos recursos assistivos.
As opções são diversas: vídeos e podcasts são alguns modelos recentes que podem ser mais utilizados para fugir um pouco da produção de conteúdos textuais, como posts em blogs e e-books. Mídias em áudio são excelentes opções, pois permitem que os usuários consumam o conteúdo enquanto estão envolvidos em suas atividades do dia a dia.
Para tornar os conteúdos acessíveis é fundamental oferecer legendas, transcrições ou interpretação, além de serem soluções práticas e fáceis de implementar na companhia.
O Hand Talk é apenas uma das ferramentas que oferecem a tradução de texto e voz para a Língua Brasileira de Sinais. Já as legendas em vídeos são bem importantes para pessoas surdas ou com baixa audição.
E na sua empresa, a acessibilidade digital já é uma realidade?